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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Avaliação antes da aquisição de uma máquina

Antes de fazer a aquisição de um trator agrícola ou um implemento, deve-se avaliar quais operações esta máquina irá desempenhar.
Para isto, deve-se escolher a marca que tenha o pós-vendas mais ativo, pois a vida útil e o tempo de máquina parada, dependerá dele. Deve verificar também, se a equipe do fornecedor da marca está preparada para treinar o operador ou operadores. Porque o desempenho da máquina somente será satisfatório, se o operador estiver preparado para usá-la conforme recomendação do fabricante, empregando técnicas corretas para a operação, regulagem e manutenção de tratores.  
A utilização de tratores agrícolas com boas condições ergonômicas reduz a probabilidade de ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais, aumentando a eficiência dos trabalhadores. 
A operação de tratores agrícolas é uma atividade que engloba basicamente dois fatores: o homem (operador) e a máquina (trator). Estes dois fatores interagem entre si, formando o sistema homem–máquina. A eficiência com que o sistema homem–máquina executa suas funções depende de diversos fatores. A ergonomia age sobre estes fatores, buscando otimizá-los para aumentar a eficiência do sistema de forma a beneficiar o homem. Expõe alguns destes fatores, entre os quais destacam-se, no âmbito da operação de tratores agrícolas, as condições ambientais do posto de operação (temperatura, luz, umidade do ar), ruídos, vibrações, comandos e assento do operador.
Quando a operação de tratores agrícolas não se constituir em um sistema homem-máquina eficiente, o operador é exposto a uma elevada carga física e mental. Isto resulta numa redução da eficiência do mesmo (produtividade e qualidade do trabalho), aumentando a ocorrência de erros, acidentes e o desenvolvimento de doenças ocupacionais.
As características do assento do operador são de grande importância na tarefa de reduzir o trabalho estático muscular, oportunizando a tomada de posturas corporais corretas por parte do operador. Trabalhos de pesquisa desenvolvidos mostram que o trabalho estático gera fadiga muscular, o que aumenta o risco de ocorrência de acidentes de trabalho, além de potencializar a ocorrência de determinadas doenças ocupacionais no operador, como lombalgias e surgimento de hérnia de disco.
Entre as características que o assento do operador deve possuir, destacam-se as dimensões (largura e comprimento do assento, altura em relação à superfície de apoio, distância em relação ao volante de direção e os pedais e inclinação do assento e do encosto). Todas essas medidas encontram-se normalizadas através da norma NBR ISO 4253 (1999).
A análise da literatura disponível sobre ergonomia aplicada às máquinas agrícolas mostra que os comandos devem apresentar uma série de características dentro de determinados padrões, definidos por normas. Uma das principais é a de que posição dos comandos deve ser tal que permita um manejo fácil e seguro sem que seja necessário que o operador se desloque de sua posição normal de trabalho, ou seja, incline-se para algum lado. Dentre os comandos de um trator agrícola, o volante de direção merece atenção especial, por ser de acionamento contínuo. Além da distância em relação ao assento, outra característica importante deste comando é o grau de inclinação de seu eixo central em relação à vertical.
Assim, é importante que as condições ambientais no posto de operação dos tratores agrícolas sejam controladas. Neste sentido, já foram desenvolvidos sistemas que permitem isolar, pelo menos parcialmente, o operador do calor produzido pelo motor e pela transmissão, bem como daquele oriundo dos raios solares (toldo solar refletivo). Porém, o controle mais efetivo é, sem dúvida, aquele proporcionado por uma cabina. As cabinas colaboram ainda para a redução dos níveis de ruído, vibrações e substâncias estranhas presentes no ar. A importância das cabinas é tal que, em alguns países (Inglaterra, Suécia e Finlândia), todos os tratores novos obrigatoriamente devem ser equipados de fábrica com cabinas que possuem sistema de calefação. Porém, na maioria dos países, grande parte dos tratores agrícolas ainda não possui cabina. Neste sentido, trabalho realizado na Itália, levantaram que apenas 24% dos tratores analisados estavam equipados com cabina. Porém, expõe-se que a agricultura brasileira, em geral, não tem condições de absorver o custo das cabinas, resultando numa baixa utilização deste dispositivo. Cabe ainda destacar que vários trabalhos de pesquisa mostram que, mesmo na Europa e nos Estados Unidos, a frota de tratores é considerada envelhecida, expõe que máquinas antigas são mais perigosas que as mais modernas, devido ao desgaste natural das mesmas, o que aumenta a possibilidade de ocorrência de falhas mecânicas que podem culminar em acidentes, bem como ao fato de as máquinas mais modernas possuírem características ergonômicas e de segurança superiores às antigas.
Como podemos exemplificar também as alavancas de câmbio posicionadas centralmente são desvantajosas comparativamente às posicionadas lateralmente. Estas, quando posicionadas no centro do posto de operação, tornam-se um obstáculo ao livre acesso e saída do operador, o que pode ocasionar acidentes.
Medidas de prevenção com base em treinamento podem anular 60% das causas de acidentes com máquinas agrícolas.
Pesquisas revelam que o principal acidente é o capotamento lateral. E a maior parte dos acidentes são causada por atitudes inseguras. As principais causas específicas são a operação do trator em condições extremas, a perda de controle em aclives/declives, a permissão de carona e o consumo excessivo de álcool. Quase metade dos acidentes ocorrem durante o tráfego do trator nas estradas.

"Os operadores de conjuntos tratorizados, via de regra, conhecem as principais regras de segurança, porém, na prática não as seguem. E os produtores tendem a negligenciar a manutenção de itens relacionados à ergonomia e segurança".
É preciso mudar o caráter dos cursos de treinamento formal sobre operação e manutenção de tratores e máquinas agrícolas buscando conscientizar os operadores a respeito da importância da segurança do trabalho.
Causas específicas dos acidentes ocorridos
Perda de controle aclive/declive 18,18%
Operação do trator em condições extremas 15,15%
Permissão de carona 15,15%
Falta de atenção 12,12%
Falta de proteção contra peças que giram 9,09%
Falha mecânica 6,07%
Aproximação excessiva da máquina ligada 3,03%
Engate inadequado 3,03%
Outros 18,08%

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