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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Boi: Tendência de preços firmes no curto e médio prazo

Boi: Tendência de preços firmes no curto e médio prazo

BoisA tendência é de preços firmes para o boi no curto prazo e no médio prazo. Os preços estão em gradual alta em 2010 e somente não sobem mais em função das baixas cotações da carne de frango durante todo o primeiro semestre. A oferta de boi gordo é restrita, as escalas de abates são curtas, a demanda interna está firme e as exportações estão evoluindo razoavelmente bem, abrindo espaços para mais altas de preços do boi gordo no curto e no médio prazo. A tendência de alta nos preços da arroba do boi no mercado físico deve manter-se no curto prazo, já que a oferta de animais nas principais regiões pecuaristas do País continua restrita, os confinamentos recuaram novamente em 2010 e os preços das carnes de frango e suína devem mostrar uma recuperação até o final do corrente ano. 

As exportações de carne bovina, em volume, atingiram 971,921 mil toneladas equivalente carcaça, entre janeiro e junho de 2010, um avanço de 1,6% sobre as 956,148 mil toneladas embarcadas entre janeiro e junho de 2009. A receita cambial das exportações de carne bovina somou US$ 2,352 bilhões no primeiro semestre, uma alta de 22,8% ante o mesmo período de 2009, de US$ 1,915 bilhão. O preço médio da tonelada de também registrou recuperação, com aumento de 19,1%, ao passar de US$ 3.109, para US$ 3.704 na mesma base de comparação. Somente em junho, a receita cambial atingiu US$ 455,106 milhões, incremento de 18,6% ante os US$ 383,854 milhões obtidos em junho de 2009. Em volume, foram exportadas 177,377 mil toneladas equivalente carcaça, queda de 2,3% ante as 181,537 mil toneladas embarcadas em junho do ano passado. O preço médio por tonelada no mês passado ficou em US$ 3.866, aumento de 18,6% ante US$ 3.260 no mesmo período do ano anterior.
Produção de BoiO confinamento de gado bovino recuou em 2009 e deve voltar a cair este ano. Em 2009, os 50 maiores estabelecimentos confinadores engordaram 1.322.764 animais, 17,3% menos do que haviam confinado no ano anterior (1.599.465 bovinos). Em 2010, a retração deve ser de 4,3% e o número de animais confinados nos 50 estabelecimentos deve alcançar 1.267.250 bovinos. Entre as razões para manter ou ampliar o número de animais confinados estão: redução no preço de grãos, terminação de animais próprios, aumento de investimento nesse setor e expectativa de mercado positivo. Os que pretendem reduzir o confinamento ou deixar de confinar apontam como principais razões o alto custo de animais para reposição e expectativas negativas quanto ao preço do boi gordo em relação ao boi magro. A maior parte dos confinamentos está localizada em São Paulo (28%). Atrás, vem Goiás com 24%, depois Mato Grosso (22%) e Mato Grosso do Sul (14%). Do total de animais, 39% estão em Goiás, 28% em São Paulo e 18% em Mato Grosso. Dos 50 estabelecimentos 48% pretende ampliar o número de animais sob engorda intensiva este ano em relação ao que foi confinado em 2009. Uma fatia de 40% prevê diminuir o número de bois confinados e 12% devem manter a quantidade de bois sob esse sistema de engorda. 

A demanda por boi magro (12 arrobas) aumentou em São Paulo e Mato Grosso do Sul, apesar da relação de troca desfavorável no momento. Mas com a necessidade de recompor o rebanho, típica da época do ano, os negócios começam a fluir. Desde janeiro, o preço do boi magro subiu 17,4% em São Paulo, contra uma elevação de 8,9% na arroba do boi gordo. Em Goiás, os aumentos foram de 13,1% e 11,0%, respectivamente. Em Mato Grosso, a relação de troca é mais favorável, pois o valor do animal para engorda subiu 4,7%, mas o do animal pronto para abate avançou mais: 11,1%. Em São Paulo, Goiás e Mato Grosso, o boi magro anelorado está cotado em R$ 1.080,00; R$ 1.000,00 e R$ 920,00 por cabeça; respectivamente. A oferta de boi magro tem sido apertada desde o ano passado. Há menos disponibilidade desse tipo de animal, que de fato está mais caro. A situação é resultado, em parte, do forte descarte de fêmeas de alguns anos atrás, que afetou toda a cadeia de criação. Enquanto isso, o preço do bezerro tem cedido, melhorando sua relação de troca com os animais prontos. A demanda segue fraca, ao mesmo tempo em que houve aumento localizado em algumas regiões. Os mercados futuro e físico denotam que a oferta de boi gordo deve continuar restrita neste ano.
Fonte: Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica
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